Queridos amantes de livros, bem-vindos ao canal LER É VERBO, seu canal de livros e escrita. E hoje vamos falar sobre este livro de Elvira Vigna: Como se estivéssemos em palimpsesto de putas. E a grande pergunta é, você sabe o que significa palimpsesto?
Quem é Elvira Vigna?
Elvira Vigna (Rio de Janeiro, 29 de setembro de 1947 – São Paulo, 10 de julho de 2017) foi uma escritora, ilustradora, tradutora e jornalista brasileira. Teve vários livros publicados e alguns prêmios, como o de ficção da Academia Brasileira de Letras e um prêmio Jabuti de literatura infantil - setor a que se dedicou no início de sua carreira. Recebeu também um Jabuti como ilustradora.
Em 2016, publicou o romance Como se Estivéssemos em Palimpsesto de Putas, pela editora Companhia das Letras, o último publicado em vida, ela faleceu em 2017 com 70 anos. O livro narra o encontro de dois estranhos em um escritório de uma editora prestes a falir, a narradora, uma designer em busca de trabalho, e João, um homem contratado para informatizar a empresa. Todos os dias eles se encontram para uma pausa, onde ele rememora a ela seus encontros com garotas de programa, mesmo sendo um homem casado. No romance, a narradora conta, reflete e preenche as histórias que ela ouve de João. À primeira vista parece que a trama gira em torno dessas aventuras extraconjugais, mas a partir das interpretações da narradora e do pouco que ela conta sobre si mesmo, o leitor vai percebendo a crítica que se estabelece sobre as relações de poder entre homens e mulheres, a hipocrisia da sociedade e a indiferença em relação às mulheres. Com este livro, ganhou o Troféu APCA, na categoria Romance.
Isso é o que diz a Wikipédia. Tive que recorrer a esta fonte para saber, de forma mais objetiva, sobre como as pessoas descreviam este livro.
Agora, para mim, é um pouco diferente. A começar pelo título. Palimpsesto.
O que é um palimpsesto, vamos ao dicionário:
É um papiro ou pergaminho cujo texto primitivo foi raspado, para dar lugar a outro.
Palimpsesto de putas. Várias histórias que são raspadas, para dar lugar a outra história. Como se estivéssemos, o livro ou a vida? Como o livro é em 1a pessoa e a narradora preenche as histórias dos outros personagens, é como se o livro fosse um remendo da vida, das histórias que são narradas aqui.
A personagem principal (que não tem nome, por isso você acha que é a autora do romance) fica contando e mais, completando as histórias que ouve. Principalmente histórias de putas. Não só, mas principalmente.
O que eu achei do livro?
Legal, mas meio cansativo. É um tipo muito particular de gênero de leitura, o livro Carioca. Já li alguns assim, FIM de Fernanda Torres, A gente se acostuma a tudo de João Ubaldo Ribeiro e este aqui. E como é caracterizado o gênero do romance carioca? É uma vibe de tá ruim mas tá bom. Saca? A vida é um sacrifício. É tudo feio, ruim, difícil, mas é bom. O título do João Ubaldo resume melhor: a gente se acostuma a tudo. A cidade é quente, as pessoas são falsas e melancólicas, o romance é todo melancólico. É um desencanto com a vida, um sentimento de doce tristeza. Esse é o clima, já que a vida é isso aí, vamos viver, né? Fazer o quê?
Aí do nada, de repente, algo bobo traz uma poesia linda e a vida se revela nos pequenos segredos e detalhes.
Com uma escrita moderna e estruturação também ousada, Elvira vai desenrolando um romance que é assim… melancólico. Dá pra ler, mas não é muito a minha praia.
Bom, de qualquer forma, se você ficou curioso vai fundo!
Obrigado pela audiência, grande abraço, boa sorte e até a próxima! Valeu!
Comments