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Foto do escritorFrederico Braga

A vida é uma oportunidade de despedida


Olho agora pela janela e vejo um céu pastel. O sol desponta no horizonte, forte e soberano, de um laranja profundo e quente, mas o céu continua frio, insistindo em um azul bebê. Pássaros saúdam o novo dia e o orvalho começa a se movimentar e voltar para a atmosfera. Ao meu lado um cachorro dorme, sonha. Com que sonha meu cachorro? Com corridas na grama? Com encontros fortuitos com outros da mesma raça? Não sei, mas ele gosta de dormir ao meu lado e gosta de sonhar. Todos esses momentos já se foram. O sol já não está tão laranja, agora brilha um amarelo ouro intenso, o céu já está um pouquinho mais saturado de azul, mas o meu cachorro ainda dorme, apenas mudou de posição. Será que mudou de sonho também? O que vemos e sentimos agora é o passado. O agora é o passado, o presente somos nós. O presente é a consciência que está continuamente consciente. É a fagulha de brilho, é o microinstante em que se percebe algo, é o pensamento, é o sonho. O sonho é o presente, a realidade é o passado e o passado é também o futuro. Qual é o sentido da vida? A vida não tem sentido, a vida é uma oportunidade. Estamos aqui com um missão, não com um sentido. A nossa missão é experimentar esse mundo de todas as formas que pudermos. Com todos os nossos órgãos, não apenas com o dos sentidos. Seis são os sentidos? O corpo humano possui mais de 34 sentidos, sério. Li isso em um livro. Por exemplo, quando você sente fome, isso é um sentido. Por que foi nos dada essa oportunidade então? Porque ela é uma grande e generosa vida. Um grande e generoso teste. A lógica da vida, ou seja, a bio lógica é: vamos testar, vamos fazer o que ninguém nunca fez e, assim, evoluir. A evolução é isso. Não existe certo ou errado. Certo e errado é para mentes racionais, existe o que deu certo e o que não deu. O que vingou e o que pereceu. impossível, de antemão, julgar. A vida é empírica, a vida são erros que dão certo. E nós, dotados de uma consciência, dotados de sentimentos, temos a incrível oportunidade de contribuir para a evolução coletiva e também de nos despedirmos. Somos o trem e a janela do trem. Somos a flor e a consciência que somos bela. Somos a própria evolução e a consciência dela. Podemos amar continuamente o processo, sendo o processo em si. Então temos a oportunidade de nos despedirmos das coisas, pois nada é, nem nunca será, duas vezes. Meu cachorro já não é mais aquele que sonhava ainda pouco. Ele ainda sonha, mas já é outro. O sol que se escondeu nas nuvens, saiu novamente, branco e quente. Os pássaros já acordaram e fazem coisas de pássaros, o mundo girou, as pessoas, inconscientes da sua consciência correm atrás do passado, saem para trabalhar e garantir que o futuro se mantenha igual sempre foi. E a vida… a vida continua sendo vida, levada, nos levando por caminhos aleatórios, inexplorados e inexplicáveis.



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