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Foto do escritorFrederico Braga

Medo

Atualizado: 25 de abr. de 2022






Queridos bibliófilos e queridas bibliófilas, Quero começar o primeiro vídeo de 2022 com uma mensagem para você.


Coragem, pois o mundo está sendo dominado pelo medo. O medo da mudança, o medo do incerto, o medo do escuro, o medo do movimento, o medo da própria vida. A sociedade pode morrer de medo e só há uma pessoa capaz de salvar a todos: você. É hora da sua Revolução Individual.


O medo é um sentimento. Nós sentimos medo. Medo de quê? Se formos andar na trilha do medo, de qualquer medo, chegaremos, ao final do caminho, à morte. Medo da morte. Aí você pensa, será? O medo traz sempre, lá no fundo, na última curva, a morte. E pior! Fazemos do medo a nossa bengala, ficamos viciados nele e renunciamos a própria vida. Sejamos heróis, então! Ao sentirmos medo, não devemos fugir, devemos ir em direção a ele, destemidamente, pois ir contra o medo é ir contra a morte.


Coragem é uma palavra interessante. O que significa coragem para você? Não adianta saber o que é a coragem, tem que se viver a coragem.


Você tem medo de quê? Vamos começar com o vilão clássico, o medo da mudança. Esse é impulsionado pelas vozes proféticas da desgraça e do apocalipse. São pessoas, também medrosas, que preveem uma vida miserável caso você decida mudar. Mas veja, não se decide mudar porque se quer, mas porque se necessita. O medo surge e, lá no fundo, você pensa que a mudança pode te matar. A mudança de emprego, a mudança de relacionamento, a mudança de cidade, a mudança de país. “Cara, você pode morrer!” - diz o medo para você. Como encarar, por exemplo, uma mudança de emprego? “Será que vou ficar pobre e morrer de fome?” Qualquer mudança é um movimento e qualquer movimento trás um distúrbio. Esse distúrbio pode ser rápido, ou não, forte e intenso, ou não. É impossível saber o tempo que vai durar, a intensidade e o impacto na vida, mas o certo é que esse distúrbio passa. Então não há que se fugir do medo, mas, neste caso, se preparar para enfrentá-lo. Para se atravessar um deserto há que se levar pouca carga! A coragem prepara o espírito para o deserto da transformação. E fique tranquilo, pois, abre aspas, “Nenhuma pobreza resiste a 14 horas de trabalho por dia”.


Então, quando se quer mover, vem o medo da mudança e quando já se supera essa fase, vem o próximo medo, o medo do incerto. Ele vem para minar o seu sentimento de direção.

- Acho que é pra lá que devo ir - você diz e o medo

- Será?

- Er… eu acho que sim…

- Tá, mas tem certeza? É isso mesmo? É muito incerto… tudo… Qual a possibilidade de você viver disso? Sério, quantos já tentaram e fracassaram? Quantos já fazem isso e são melhor do que você? Olha, desculpa… não quero jogar um balde de água fria nos seus sonhos mas… você está viajando. Melhor você ficar onde está e voltar a sonhar com seu antigo futuro.

É isso que o medo diz. E ele tem razão porque sonhos, sem a intervenção da vontade, são delírios dentro do ser. Sonhos sem energia, sem esforço e ação, são devaneios, pensamentos irracionais que ocupam espaço dentro da mente. É por isso que para se sonhar, há que se ter meta. E não só meta, método. Como bem disse Joel Jota, há que se transformar sonhos em objetivos.


Como então superar o medo do incerto? Para ser bem sucedido é necessário um plano. Por acaso você vai atravessar um deserto sem plano? Sem ver no mapa para aonde se vai? Sem saber as paradas, os quilômetros, os desafios? Você vai subir uma montanha, assim, do nada? Eis que ele chega ao pé da montanha e começa a subir. Aí sim é um devaneio. É um sonho que vai continuar sonho.


E para o argumento do medo que diz que já tem muito do que você deseja fazer por aí? Falaram assim para Chopin, aquele compositor de músicas clássicas: Chopin, porque você quer compor músicas? Já tem muita música por aí. E ele respondeu, tem muita música, mas nenhuma delas tem Chopin.


Então resumindo, o primeiro medo é o da mudança, que te paralisa antes mesmo de começar. Uma vez superado, vem o medo do “será?” Que traz a incerteza em relação a escolha feita anteriormente. O próximo medo se revela quando se começa a andar, é o medo do escuro. Ele se revela na impossibilidade de se enxergar o caminho.


Nós seguimos pessoas, e também somos seguidos, em várias áreas, em vários lugares, e a real é que ninguém sabe para onde está indo. Estamos todos no escuro. O que nos guia é sempre a Intuição. Mero acaso, uma sensibilidade mais aguçada do presente. Se ficar pensando no medo, no futuro, nos perrengues, você para de andar. A coragem neste caso é a percepção aguçada do momento presente. É usar todos os sentidos em prol do agora. Aqui, a razão pura não funciona, ela tem que ser usada como ferramenta e não como profeta. A mente não profetiza, a mente analisa. Esquecemos disso. Passamos tanto tempo reféns de nossas mentes que elas assumem a posição de juiz, profeta e ditador.


Bom, depois de decidir, de superar a incerteza, de se acostumar com o escuro, por fim, temos o medo da própria vida. Ou, o medo de viver, o medo da liberdade. Nos esquecemos de algo, nós somos a própria vida. Não é que a vida esteja em nós, nós somos a própria vida. Somos a vida que tomou forma, somos a corrente evolutiva em ação. Somos a própria evolução. E a evolução serve à ação.


O medo é um sentimento constante no ser humano, o medo é a morte mandando lembranças, mas isso é bom! O medo nos leva à evolução, a nós mesmos. Porque existem dois estados básicos do ser humano: ou se está vivo, ou se está morto. Ou se tem medo, ou se tem amor.


A coragem não é irresponsável, muito pelo contrário, a coragem é a pura responsabilidade em ação. Você chama para si as consequências da ação, você bate no peito e fala “eu quero seguir por este caminho e, se der merda, a culpa é só minha”. Por isso coragem não é uma aventura, é um processo. Coragem é qualquer ação que faça você enfrentar seu medo. A única coisa que coragem não é é inação.


Que a palavra de 2022 seja Coragem E que, no fim do ano, a frase de Anaïs Nin faça mais e mais sentido: “A vida expande ou encolhe na medida da coragem de cada um”.


Valeu.




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